segunda-feira, 2 de julho de 2012

Revisão: "La Liberación"



       "La Liberación" é o terceiro álbum da banda indie Cansei de Ser Sexy (CSS), o qual marcou o rompimento do grupo com a sua gravadora anterior (Sub Pop) e o firmamento do contrato com a "V2 Records". E, novamente, embora CSS pertença ao plano internacional, o disco foi gravado no Brasil assim como os outros dois, tendo o próprio membro Adriano Cintra como produtor musical. O CD foi publicado oficialmente em 22 de Agosto de 2011.

       A proposta do álbum é, em sua maior parte, centrada em análises pessoais de relacionamentos, mas também abre espaço para temas diversos, inclusive para temas relacionados à liberdade individual e até mesmo à anarquia. Já a proposta sonora inclui elementos eletrônicos e também apresenta "guitarras amadurecidas".

       O disco contém 11 faixas que criam um contraste divergente, sem se perderem entre as cadeias responsáveis pela heterogeneidade, à medida que são tocadas em ordem. As três primeiras faixas, por exemplo, possuem uma sonoridade eletrônica forte, evidenciando-se de forma abusiva na terceira (City Grrrl); enquanto as faixas "La Liberación", "Fuck Everything", "Ruby Eyes" e "Rhythm To The Rebels" possuem um som marcado notoriamente por guitarras. O piano também ganha vez em músicas como "Red Alert" e "Partners in Crime". Principalmente na segunda citada, a qual o piano preenche grande parte da música devido à colaboração do músico Mike Garson em uma atmosfera essencialmente melódica.

       Em relação ao conteúdo das faixas, "Fuck Everything" e "Rhythm To The Rebels", como já se pode deduzir pelos títulos, tratam de rebeldia e liberdade com uma atmosfera levemente anarquista. "La Liberación" também transmite uma ideia de liberdade, mas sem fazer referência a rebeldia. Enquanto "I Love You", "Partners in Crime", "You Could Have It All" e algumas outras músicas centram-se em visões diversas e criativas de relacionamentos. E o que sobra são faixas com temáticas desvinculadas independentemente.

       Os assuntos são tratados de uma maneira mais direta e com um tom completamente diferente das obras anteriores, cortando o clima de Donkey que é muito mais descontraído e animado. Ao que parece, todo CD da banda possui uma essência diferente, então se a qualidade de um se sobrepõe a dos demais fica a critério pessoal.

       Apesar do terceiro álbum demonstrar um certo contraste à medida que é tocado, sua qualidade, de uma forma geral, não se perde, configurando-se em uma ótima opção de lazer com uma sonoridade contemporânea, pop e conteúdo qualificado.
(Escrito por Pedro C. Saraiva)

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